Guia de Estilo para Traduções e Transcrições em Português (Brasil) no TED Translators
TED Language Coordinators de português (Brasil)
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Este guia tem como objetivo orientar tradutores e transcritores voluntários do TED Translators de língua portuguesa (Brasil). Antes de mais nada, recomendamos que acesse a página Translator Resources, no site do TED. Nela, você encontrará um guia muito importante: a OTPedia (wiki do TED Translators). Ela contém as orientações gerais para a realização das tarefas de tradução, transcrição, revisão e outras coisas importantes. Nela, leia as orientações gerais sobre:
- Como realizar uma transcrição
Lembre-se: procure realizar tarefas de revisão apenas depois de já ter traduzido algumas palestras no TED Translators. Com isso, você terá tempo para se habituar às orientações da OTPedia e do Guia de Estilo ao consultar o guia de orientações ou ao receber orientações de LCs ou revisores experientes, capacitando-o para revisar o trabalho de outros voluntários. Recomenda que o voluntário iniciante traduza e receba feedback de no mínimo de 90 minutos de palestras, antes de assumir tarefas de revisão (ver "como realizar uma revisão", no link acima).
Leia também orientações importantes sobre:
Em geral, a tradução deve seguir o tom dado pelo palestrante na língua original da palestra e, normalmente, os palestrantes não usam uma linguagem formal ao palestrar. Então, no processo de tradução, procure respeitar o estilo do palestrante, sempre que possível, dê preferência a termos mais informais, em vez de termos formais rebuscados demais, ou linguajar muito acadêmico.
Porém, mesmo utilizando um nível de linguagem mais informal na tradução, é necessário respeitar normas fundamentais da nossa língua, entre elas:
- A concordância e a regência verbal: "preferir uma coisa a outra", em vez de "preferir uma coisa do que outra "; "assistir à palestra", em vez de "assistir a palestra". - A concordância nominal. - A ortografia correta, com as alterações trazidas pelo atual acordo ortográfico: "ideia", em vez de "idéia" / "bem-sucedido", em vez de "bem sucedido" / "dia a dia", em vez de "dia-a-dia". - O uso correto da crase. - O uso adequado de iniciais maiúsculas ou minúsculas: em inglês, por exemplo, nacionalidades são escritas com inicial maiúscula ("She is Brazilian"), mas não em português ("Ela é brasileira"). - O uso adequado de locuções ou expressões: em vez de / ao invés de; à medida que / na medida em que; é necessário / é necessária; é proibido / é proibida; etc. - O uso adequado dos pronomes, principalmente os pronomes relativos: "a menina cujo pai falava mandarim", em vez de "a menina que o pai falava mandarim" / "para eu fazer", em vez de "para mim fazer". - Evitar contrações não reconhecidas pelo VOLP como "tava" / "pro" / "dum" entre outras.
Contents
Sobre
As informações contidas neste guia foram redigidas pelos Language Coordinators do Português Brasileiro, baseadas nas dúvidas mais frequentes dos tradutores.
Tem algum pedido ou sugestão? Envie uma solicitação para os Language Coordinators brasileiros.
Transcrições
Distinção entre Tradução, Versão e Transcrição
Transcrever é o ato de redigir um texto que assimile a fala do palestrante, tal como ele a produziu. É importante que o texto transcrito contenha, com a máxima fidelidade possível, as palavras deste. Assim, para evitar descaracterizar a fala dos palestrantes que utilizam uma linguagem mais coloquial, serão aceitas algumas formas gramaticais que, apesar de não serem abonadas num texto formal culto, são adequadas e próprias num contexto mais informal.
Além disso, tenha o devido cuidado de evitar sílabas vazias, repetições ou tropeços do palestrante. Caso haja um erro óbvio, pode-se corrigi-lo, desde que a correção esteja entre colchetes, para indicar que não foi o que ele disse. Também é aceitável reescrever o que o palestrante disse em casos em que se precise adequar a legenda a uma velocidade de leitura e comprimento adequados. A transcrição de legendas também deve incluir informações sonoras como (Aplausos) e (Risos), para os deficientes auditivos, tal como a sincronia com a fala do palestrante.
As traduções ocorrem quando a palestra foi ministrada em um idioma estrangeiro, ou seja, num idioma diferente do português brasileiro, caso em que utilizamos uma transcrição do idioma original como texto base para a criação da legenda em nossa língua.
A versão, por sua vez, busca traduzir a palestra em português brasileiro para uma língua estrangeira. No nosso caso, para o inglês, o que vai possibilitar que a palestra proferida em português brasileiro possa ser vertida para as demais idiomas.
No fim, todas facilitam que se espalhem ideias; assim, transcreva para transformar a fala em texto escrito; traduza para que os brasileiros possam ter acesso às palestras; verta do português brasileiro para outros idiomas, para disseminar nossas ideias pelo mundo afora. :).
Apesar de sabermos que se trata de tarefas complexas, que exigem análise do contexto, da postura e da proposta do palestrante, quase caso a caso, aqui vão algumas diretrizes com o objetivo de orientar esse trabalho, mas sem a intenção de engessar as opções de quem vai trabalhar diretamente com a transcrição, a revisão e a aprovação desse tipo de tarefa.
Recomendações para realizar transcrições
Evite editar a fala quando:
- O palestrante iniciar a frase com os pronomes oblíquos átonos "me" ou "te". Exemplos:
- O palestrante usar o verbo "ter" no sentido de "existir". Exemplos:
- O palestrante misturar a forma de tratamento "você" com o pronome oblíquo "te". Exemplo:
- O palestrante usar o pronome pessoal reto ele(s)/ela(s) na função de objeto direto. Exemplos:
- O palestrante usar as contrações "pra", "pras", "pro" e "pros". "Pro" é a contração da preposição "para" com o artigo masculino "o". Seu plural é "pros" ("para" + "os"); o feminino singular é "pra" ("para" + "a"), e o feminino plural é "pras" ("para" + "as"). Exemplos:
- O palestrante usar "a gente" em vez de "nós". Use "nós" apenas se for preciso comprimir uma legenda, lembrando de fazer a concordância adequada:
- O palestrante usar "onde" em vez de "no qual/nos quais", "na qual/nas quais", "em que", etc. Exemplo:
Edite a fala quando:
- O limite de velocidade de leitura, em determinada legenda, for excedido e só for possível resolver o problema reduzindo o número de caracteres da legenda.
- For mostrado texto na tela, trascrevendo-o entre colchetes para tornar a legenda acessível a deficientes visuais.
- O palestrante usar uma regência, uma concordância ou uma conjugação verbal, etc., claramente equivocada. Exemplos:
- O palestrante claramente cometer um engano ao pronunciar uma palavra ou apresentar algum dado. Exemplos:
- O palestrante (uma mulher) diz:
- O palestrante utilizar reduções tais como "tava", "teve", "tive", "tiveram", "tá", comuns na fala. Essas reduções são, na verdade, apenas formas de pronúncia das diferentes conjugações do verbo "estar" ("estava", "esteve", "estive", "estiveram", "está"). A única exceção é quando o palestrante usar essas formas reduzidas intencionalmente (imitando ou destacando a fala de uma outra pessoa, por exemplo), ou quando o "tá" for interjeição. Exemplos:
- Quando ficar óbvio o engano em casos como, por exemplo, o palestrante diz "baixo" claramente querendo dizer "alto", e a edição for alterar de maneira considerável o significado da sentença, coloque a edição entre colchetes, para indicar que esta foi intencional. Exemplos:
- O palestrante repetir excessivamente termos como: "E...", "Hum...", "É...", "Então...", "Bem" "né", "tá", "aí", "obrigado, obrigado, obrigado".</div>