Difference between revisions of "Guia de Estilo para Traduções e Transcrições em Português (Brasil) no TED Translators"
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Caso haja espaço na legenda, pode-se optar pela grafia por extenso das unidades que não são amplamente difundidas, como, por exemplo, siemens ou candela. | Caso haja espaço na legenda, pode-se optar pela grafia por extenso das unidades que não são amplamente difundidas, como, por exemplo, siemens ou candela. | ||
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Além de usar as aspas para destacar palavras estrangeiras sem tradução em português e não listadas entre as palavras estrangeiras que não devem ser grafadas com aspas, no Manual de Comunicação da Secom, use-as também para destacar o discurso direto na tradução. Em textos literários em língua portuguesa, o discurso direto é normalmente destacado com um travessão (–) no início do discurso. Porém, o travessão pode não aparecer de forma correta na tela, dependendo do player de vídeo em que se assiste à palestra. Assim, sempre que houver discurso direto, empregue os dois pontos, seguidos pelo discurso entre aspas, começando a frase com letra maiúscula, caso seja uma citação. | Além de usar as aspas para destacar palavras estrangeiras sem tradução em português e não listadas entre as palavras estrangeiras que não devem ser grafadas com aspas, no Manual de Comunicação da Secom, use-as também para destacar o discurso direto na tradução. Em textos literários em língua portuguesa, o discurso direto é normalmente destacado com um travessão (–) no início do discurso. Porém, o travessão pode não aparecer de forma correta na tela, dependendo do player de vídeo em que se assiste à palestra. Assim, sempre que houver discurso direto, empregue os dois pontos, seguidos pelo discurso entre aspas, começando a frase com letra maiúscula, caso seja uma citação. | ||
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<div style="text-indent: 20px;">Depois de ouvir o que diziam, pensei: "Mas o que será que aconteceu?"</div> | <div style="text-indent: 20px;">Depois de ouvir o que diziam, pensei: "Mas o que será que aconteceu?"</div> | ||
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Sempre que o palestrante fizer uma citação de trecho de obra literária, pesquise se já há alguma tradução publicada do referido trecho ou citação. Procure sempre manter traduções oficiais ou já existentes, se houver. Caso não encontre uma tradução publicada do trecho, pode-se realizar a tradução livre. | Sempre que o palestrante fizer uma citação de trecho de obra literária, pesquise se já há alguma tradução publicada do referido trecho ou citação. Procure sempre manter traduções oficiais ou já existentes, se houver. Caso não encontre uma tradução publicada do trecho, pode-se realizar a tradução livre. | ||
Em citações, use o ponto final dentro das aspas apenas quando for uma sentença isolada. Se ela fizer parte de outra sentença, o ponto final fica fora das aspas, vide este [http://www.portuguesnarede.com/2011/09/aspas-e-ponto-em-citacao.html link]. | Em citações, use o ponto final dentro das aspas apenas quando for uma sentença isolada. Se ela fizer parte de outra sentença, o ponto final fica fora das aspas, vide este [http://www.portuguesnarede.com/2011/09/aspas-e-ponto-em-citacao.html link]. |
Revision as of 15:25, 30 August 2019
TED Language Coordinators de português (Brasil)
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Este guia tem como objetivo orientar tradutores e transcritores voluntários do TED Translators de língua portuguesa (Brasil).
Contents
Sobre
As informações contidas neste guia foram redigidas pelos Language Coordinators do Português Brasileiro, baseadas nas dúvidas mais frequentes dos tradutores.
Tem algum pedido ou sugestão? Envie uma solicitação para os Language Coordinators brasileiros.
Dicas Gerais
Antes de mais nada, recomendamos que acesse a página Translator Resources, no site do TED. Nela, você encontrará um guia muito importante: a OTPedia (wiki do TED Translators). Ela contém as orientações gerais para a realização das tarefas de tradução, transcrição, revisão e outras coisas importantes. Nela, leia as orientações gerais sobre:
- Como realizar uma transcrição
Lembre-se: procure realizar tarefas de revisão apenas depois de já ter traduzido algumas palestras no TED Translators. Com isso, você terá tempo para se habituar às orientações da OTPedia e do Guia de Estilo ao consultar o guia de orientações ou ao receber orientações de LCs ou revisores experientes, capacitando-o para revisar o trabalho de outros voluntários. Recomenda que o voluntário iniciante traduza e receba feedback de no mínimo de 90 minutos de palestras, antes de assumir tarefas de revisão (ver "como realizar uma revisão", no link acima).
Leia também orientações importantes sobre:
Em geral, a tradução deve seguir o tom dado pelo palestrante na língua original da palestra e, normalmente, os palestrantes não usam uma linguagem formal ao palestrar. Então, no processo de tradução, procure respeitar o estilo do palestrante, sempre que possível, dê preferência a termos mais informais, em vez de termos formais rebuscados demais, ou linguajar muito acadêmico.
Porém, mesmo utilizando um nível de linguagem mais informal na tradução, é necessário respeitar normas fundamentais da nossa língua, entre elas:
- A concordância e a regência verbal: "preferir uma coisa a outra", em vez de "preferir uma coisa do que outra "; "assistir à palestra", em vez de "assistir a palestra".
- A concordância nominal.
- A ortografia correta, com as alterações trazidas pelo atual acordo ortográfico: "ideia", em vez de "idéia" / "bem-sucedido", em vez de "bem sucedido" / "dia a dia", em vez de "dia-a-dia".
- O uso correto da crase.
- O uso adequado de iniciais maiúsculas ou minúsculas: em inglês, por exemplo, nacionalidades são escritas com inicial maiúscula ("She is Brazilian"), mas não em português ("Ela é brasileira").
- O uso adequado de locuções ou expressões: em vez de / ao invés de; à medida que / na medida em que; é necessário / é necessária; é proibido / é proibida; etc.
- O uso adequado dos pronomes, principalmente os pronomes relativos: "a menina cujo pai falava mandarim", em vez de "a menina que o pai falava mandarim" / "para eu fazer", em vez de "para mim fazer".
- Evitar contrações não reconhecidas pelo VOLP como "tava" / "pro" / "dum" entre outras.
Transcrições
Distinção entre Tradução, Versão e Transcrição
Transcrever é o ato de redigir um texto que assimile a fala do palestrante, tal como ele a produziu. É importante que o texto transcrito contenha, com a máxima fidelidade possível, as palavras deste. Assim, para evitar descaracterizar a fala dos palestrantes que utilizam uma linguagem mais coloquial, serão aceitas algumas formas gramaticais que, apesar de não serem abonadas num texto formal culto, são adequadas e próprias num contexto mais informal.
Além disso, tenha o devido cuidado de evitar sílabas vazias, repetições ou tropeços do palestrante. Caso haja um erro óbvio, pode-se corrigi-lo, desde que a correção esteja entre colchetes, para indicar que não foi o que ele disse. Também é aceitável reescrever o que o palestrante disse em casos em que se precise adequar a legenda a uma velocidade de leitura e comprimento adequados. A transcrição de legendas também deve incluir informações sonoras como (Aplausos) e (Risos), para os deficientes auditivos, tal como a sincronia com a fala do palestrante.
As traduções ocorrem quando a palestra foi ministrada em um idioma estrangeiro, ou seja, num idioma diferente do português brasileiro, caso em que utilizamos uma transcrição do idioma original como texto base para a criação da legenda em nossa língua.
A versão, por sua vez, busca traduzir a palestra em português brasileiro para uma língua estrangeira. No nosso caso, para o inglês, o que vai possibilitar que a palestra proferida em português brasileiro possa ser vertida para as demais idiomas.
No fim, todas facilitam que se espalhem ideias; assim, transcreva para transformar a fala em texto escrito; traduza para que os brasileiros possam ter acesso às palestras; verta do português brasileiro para outros idiomas, para disseminar nossas ideias pelo mundo afora. :).
Apesar de sabermos que se trata de tarefas complexas, que exigem análise do contexto, da postura e da proposta do palestrante, quase caso a caso, aqui vão algumas diretrizes com o objetivo de orientar esse trabalho, mas sem a intenção de engessar as opções de quem vai trabalhar diretamente com a transcrição, a revisão e a aprovação desse tipo de tarefa.
Recomendações para realizar transcrições
Evite editar a fala quando:
- O palestrante iniciar a frase com os pronomes oblíquos átonos "me" ou "te". Exemplos:
- O palestrante usar o verbo "ter" no sentido de "existir". Exemplos:
- O palestrante misturar a forma de tratamento "você" com o pronome oblíquo "te". Exemplo:
- O palestrante usar o pronome pessoal reto ele(s)/ela(s) na função de objeto direto. Exemplos:
- O palestrante usar as contrações "pra", "pras", "pro" e "pros". "Pro" é a contração da preposição "para" com o artigo masculino "o". Seu plural é "pros" ("para" + "os"); o feminino singular é "pra" ("para" + "a"), e o feminino plural é "pras" ("para" + "as"). Exemplos:
- O palestrante usar "a gente" em vez de "nós". Use "nós" apenas se for preciso comprimir uma legenda, lembrando de fazer a concordância adequada:
- O palestrante usar "onde" em vez de "no qual/nos quais", "na qual/nas quais", "em que", etc. Exemplo:
Edite a fala quando:
- O limite de velocidade de leitura, em determinada legenda, for excedido e só for possível resolver o problema reduzindo o número de caracteres da legenda.
- For mostrado texto na tela, trascrevendo-o entre colchetes para tornar a legenda acessível a deficientes visuais.
- O palestrante usar uma regência, uma concordância ou uma conjugação verbal, etc., claramente equivocada. Exemplos:
- O palestrante claramente cometer um engano ao pronunciar uma palavra ou apresentar algum dado. Exemplos:
- O palestrante (uma mulher) diz:
- O palestrante utilizar reduções tais como "tava", "teve", "tive", "tiveram", "tá", comuns na fala. Essas reduções são, na verdade, apenas formas de pronúncia das diferentes conjugações do verbo "estar" ("estava", "esteve", "estive", "estiveram", "está"). A única exceção é quando o palestrante usar essas formas reduzidas intencionalmente (imitando ou destacando a fala de uma outra pessoa, por exemplo), ou quando o "tá" for interjeição. Exemplos:
- Quando ficar óbvio o engano em casos como, por exemplo, o palestrante diz "baixo" claramente querendo dizer "alto", e a edição for alterar de maneira considerável o significado da sentença, coloque a edição entre colchetes, para indicar que esta foi intencional. Exemplos:
- O palestrante repetir excessivamente termos como: "E...", "Hum...", "É...", "Então...", "Bem" "né", "tá", "aí", "obrigado, obrigado, obrigado".</div>
Números e Numerais
Números e Numerais
Fonte de apoio
Sempre que o palestrante usar números, escreva-os por extenso, caso estejam entre zero e dez, e use algarismos para números maiores que dez. Exemplos:
Havendo, na mesma frase, valores acima e abaixo de 11, use todos em algarismos. Lembre-se de que uma frase pode estar dividida em duas legendas. A regra também pode ser relevada quando datas são apresentadas.
Quando houver números a partir de 11 em início de frase, escreva-os por extenso, ou reescreva a frase em português, de forma que o algarismo possa aparecer em outra parte da frase. Exemplos:
Mas lembre-se de que uma frase pode estar dividida em duas legendas.
Assim, quando houver um número a partir de 11 no começo de uma legenda que for a continuação de uma frase iniciada na legenda anterior, mantenha o algarismo, como é o caso de 650 no exemplo abaixo:
Milhares, milhões, bilhões, trilhões, etc.
A partir de mil, para facilitar a leitura, escreva sempre "mil", "milhões", "bilhões" e "trilhões", deixando a primeira parte em algarismos. Não use "1 mil", apenas "mil". Por exemplo:
- 4 mil (em vez de 4.000)
- mil (em vez de 1 mil)
- 1,2 mil
- 1 milhão
- 45 milhões
- 3,8 milhões
- 38 bilhões
Números Negativos
Para representar números negativos, siga o seguinte:
- Para graus: 5 °C negativos; 150 °C negativos
- Em contexto matemático: - 40, -2, -70
Números Ordinais
Escreva por extenso números ordinais até dez e qualquer potência de dez. Para números maiores que dez, use os algarismos mais o símbolo ª ou º. Por exemplo:
- Primeiro
- Oitavo
- Milésimo
- 12º
- 25ª
Números Fracionários
Utilize sempre a forma por extenso, por facilitar a compreensão e interpretação dos termos. Por exemplo:
Porcentagem
Com a exceção de números em início de frase (escritos por extenso: "Vinte e cinco por cento faltaram".), utilize sempre o símbolo de porcentagem (%). Por exemplo:
Lembre-se de respeitar a concordância verbal quando utilizar a porcentagem.
- Se a porcentagem vier depois do verbo, concordar somente com o numeral:
- Se a porcentagem vier antes do verbo, preferir a concordância com o termo posposto ao numeral:
- Se a porcentagem vier determinada por artigo, adjetivo ou pronome, concordar somente com o numeral:
- Numa sequência de porcentagens, sempre repetir o símbolo %:
Valores monetários
Acima de mil, use a forma mista para valores redondos. Com números inteiros, não se usam os zeros depois da vírgula. Use um espaço entre o símbolo e o valor monetário. Mantenha a moeda original mencionada pelo palestrante (dólares, euros, reais, etc.), mas use a representação gráfica apenas para as duas mais comuns: R$ (reais) e US$ (dólares). Para outras moedas escreva o nome da moeda (fonte). Exemplos:
Lembre-se de fazer a concordância com o plural ou singular conforme o número que antecede a vírgula. Exemplo:
Horas Para representar horas, use o formato também adotado na escrita comum. Exemplos:
Note que, caso a velocidade e o comprimento da legenda permitam, ou em casos de locução, você pode optar por escrever a unidade de tempo por extenso. Exemplo:
Mais informações em: Manual de Comunicação do Senado.
Temperatura
Para representar temperatura, use o algarismo + espaço + °C. Exemplo: 40 °C. Não se esqueça de converter para a escala Celsius, caso o palestrante utilize Fahrenheit.
AC/DC ou AEC/EC
O emprego das siglas Antes de Cristo (AC) e depois de Cristo (DC) ou de Antes da Era Comum (AEC) e Era Comum (EC) deve ser feito conforme a transcrição original, mantendo a escolha do palestrante.
Séculos
Para escrever séculos, use sempre algarismos arábicos. Exemplos:
Números Romanos
Como recomenda o manual de comunicação da Secom, use-os sempre em forma de algarismos e apenas em nomes de papas, reis e nobres e na transcrição de textos de lei. Exemplos:
Contexto Matemático
Caso o palestrante esteja explicando conceitos matemáticos, pode-se usar toda a simbologia matemática a fim de condensar a informação e agilizar sua absorção pelo espectador, desde que se expresse exatamente o que o palestrante disse e fique claro para o leitor. Por exemplo:
Unidades de Medida
Sempre faça a conversão das unidades, caso o palestrante não utilize unidades compreensíveis a brasileiros. Por exemplo:
- Milhas para quilômetros
- Polegadas para centímetros
- Graus Fahrenheit para graus Celsius
O Brasil adota o Sistema Internacional de Unidades (SI), cujas unidades e suas respectivas abreviações podem ser encontradas no documento disponibilizado pelo INMETRO - Sistema Internacional de Unidades (Veja as tabelas). Observe o símbolo corrente no documento do INMETRO, e escreva respeitando as outras convenções estabelecidas nesse documento.
Conforme recomendado à página 47 do documento disponibilizado pelo INMETRO (item 5.3.3), sempre use um espaço entre o número e o símbolo da unidade de medida, mas sem ponto e sem plural. A única exceção para esta regra são os símbolos das unidades do grau, minuto e segundo do ângulo plano (° , ' e "), para os quais não há espaço entre o valor numérico e o símbolo da unidade. Exemplos:
Caso haja espaço na legenda, pode-se optar pela grafia por extenso das unidades que não são amplamente difundidas, como, por exemplo, siemens ou candela.
Uso das Aspas no Discurso Direto
Além de usar as aspas para destacar palavras estrangeiras sem tradução em português e não listadas entre as palavras estrangeiras que não devem ser grafadas com aspas, no Manual de Comunicação da Secom, use-as também para destacar o discurso direto na tradução. Em textos literários em língua portuguesa, o discurso direto é normalmente destacado com um travessão (–) no início do discurso. Porém, o travessão pode não aparecer de forma correta na tela, dependendo do player de vídeo em que se assiste à palestra. Assim, sempre que houver discurso direto, empregue os dois pontos, seguidos pelo discurso entre aspas, começando a frase com letra maiúscula, caso seja uma citação. Exemplos:
Citações e trechos de obras literárias
Sempre que o palestrante fizer uma citação de trecho de obra literária, pesquise se já há alguma tradução publicada do referido trecho ou citação. Procure sempre manter traduções oficiais ou já existentes, se houver. Caso não encontre uma tradução publicada do trecho, pode-se realizar a tradução livre.
Em citações, use o ponto final dentro das aspas apenas quando for uma sentença isolada. Se ela fizer parte de outra sentença, o ponto final fica fora das aspas, vide este link.